Sem educação, não há solução.
Na última década (2011-2020), o Brasil registrou PIB médio de 0,26%, ao ano, o pior desempenho da história. Entre 2019 e 2021, o Produto Interno Brasileiro (PIB) cresceu 0,59% ao ano, ante média mundial de 1,54%, segundo os dados do Fundo Monetário Internacional. O histórico de baixo crescimento, sempre encontra uma boa justificativa por parte dos governos e dos economistas: crise de petróleo, guerras, pandemia, política de governo equivocada, crise políticas, etc.
Um trabalho recente da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), trouxe uma luz sobre essa instabilidade e baixo crescimento do nosso PIB. Os pesquisadores da FGV encontraram evidências sobre o impacto da educação no crescimento do país.
Na última avaliação do Pisa, que foi feita em 2018, o Brasil teve nota 382 em matemática, enquanto a média OCDE é de 489. Em Ciência, a nota foi 404, contra 489 da média OCDE. Se os estudantes brasileiros conseguissem chegar ao menos à nota média dos estudantes de países desenvolvidos, o Brasil ganharia 2 pontos porcentuais no PIB ao ano. Nas disciplinas avaliadas pelo Pisa( Leitura, Matemática e Ciência) a maioria dos alunos brasileiros está em níveis considerados abaixo do básico. 4 em cada 10 adolescentes do País – na faixa dos 15 anos – não conseguem identificar a ideia principal de um texto, ler gráficos, resolver problemas com números inteiros ou entender um experimento científico simples. Entre os exemplos de nações que tiveram melhora na educação e crescimento econômico nas últimas décadas estão Cingapura, Coreia do Sul, Portugal e Polônia, todos com notas acima da média dos países membros da OCDE. Segundo o estudo, se o Brasil continuar no mesmo ritmo de desenvolvimento de capital humano, demoraria uma década para chegar ao nível do Chile e três décadas para alcançar nações como Portugal e Japão. A situação piorou ainda mais com a pandemia de covid-19, que prejudicou a aprendizagem das crianças em todo o País.
Daí, podemos concluir, que o verdadeiro motor da economia não é a taxa de juros, e sim, o capital humano, que tem impactos duradouros no longo prazo: o país produz mais, há melhora na saúde, com menos criminalidade, salários mais altos, inovação, e participação política. O Brasil perde um tempo precioso debatendo só economia, quando deveríamos estar discutindo o investimento em educação. Cada ano que se perde, a gente deixa de garantir um ensino de qualidade e uma aprendizagem adequada para as nossas crianças, as únicas que poderão garantir um futuro mais promissor e um PIB digno de um país com tantas potencialidades.
É de se perguntar: por que não se coloca a educação na centralidade da política? Por que não se faz uma PAC para educação? Por que se gasta mais de R$ 1 bilhão de Fundo Partidário e a educação sofre contingenciamento? Por falta de educação!
Arlindo Teles- Dir de Marketing IEJC