Fuzuê na obra

O ano era 1981. Eu era recém-formado em engenharia elétrica pela UFPE e trabalhava na construção da Subestação de 500KV da CHESF em Presidente Dutra no Maranhão, onde passei dois anos e só saí quando a mesma foi energizada. A cidade, na região central do Maranhão, fica a 349 km da capital São Luiz. Uns dos principais pratos da culinária local são a panelada e o arroz de cuxá. A subestação integra o Sistema de Transmissão 500 kV da CHESF na interligação com Tucuruí, da Eletronorte. Comecei a trabalhar na obra ainda no começo, estavam sendo montados os 03 vãos de barramentos, uma  linha com 2 bancos de reatores de 100 MVAr e 1 banco de transformador 500/230 kV – 300 MVA.  Os reatores e disjuntores, eram da fabricante francesa Delle Astrom, que mantinha na obra, dois engenheiros franceses, que vieram supervisionar a montagem dos equipamentos, dos quais fiquei muito amigo. No verão, a filha de um dos franceses veio visitar o pai e conhecer o Brasil. Após passar uns dias no Rio de Janeiro, a filha e uma amiga, com idades na faixa dos 18 anos, chegaram a Presidente Dutra. Eram 10 horas da manhã e havia uns 80 operários trabalhando em diversas atividades. Uns em cima das torres montando estruturas, uns cavando malha de terra, e outros montando equipamentos e operando máquinas. Havia muito movimento por que na época havia uma corrida frenética para concluir essa obra e uma concorrência entre as equipes das subestações de Presidente Dutra e Imperatriz, para ver quem ia terminar primeiro. De repente, todos foram surpreendidos com a visita das jovens, que adentraram o canteiro de obras acompanhadas por uma comitiva composta pelos franceses, o engenheiro residente(chefe da obra), eu, e mais dois engenheiros da CHESF. O sol estava a pino e as moças, fugindo do frio europeu, vestiam blusas decotadas e um short onde as nádegas estavam praticamente à mostra. As moças desfilavam com desenvoltura e delicadeza, quando começou o fuzuê… Pião jogando capacete para o alto, assovios vindo de todos os lados, serviços paralisados, gritos de gostosa, uns descendo das estruturas para vê-las mais de perto. O engenheiro residente, normalmente temido pela “piãozada”, estava morto de vergonha e sem moral, os franceses nem aí, e as moças sorriam com aquilo tudo. E eu, guardei para sempre aquela cena hilária. 

Autor: Arlindo Teles ( uso a engenharia prá tudo que eu faço)   

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47 respostas

  1. Só para coleta de dados, numa perspectiva única e exclusivamente científica de avaliação do impacto de eventos aleatórios ao plano de execução de obras de engenharia, gostaria de saber se houve alguma alteração alteração na motivação e/ou produtividade dos trabalhadores que presenciaram o fato relatado… A estação de Presidente Dutra foi concluída antes da estação de Imperatriz?

    1. Prezado Tavares. A interrupção total dos trabalhos naquele momento, foi plenamente recompensado. As duas obras foram concluídas concomitantemente, com uma pequena vantagem para Presidente Dutra. Só não consigo avaliar se esse resultado foi alcançado pela beleza das francesas…

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